Este mês, o Conselho da UE adotou conclusões baseadas no estudo do EIGE “Gender equality and the socio-economic impact of the COVID-19 pandemic“. O estudo, preparado por solicitação da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, mostra que, na sequência da crise socioeconómica e das medidas de contenção da pandemia adotadas nos diferentes Estados-Membros, as mulheres enfrentam perdas económicas mais duradouras e estão a assumir a maior parte da carga suplementar de trabalho não pago de cuidado.
Caso não seja introduzida uma perspetiva sensível ao género nas medidas de emergência de curto prazo e nas medidas para a reconstrução de longo prazo, os efeitos da crise COVID-19 poderão vir a agravar desigualdades de género pré-existentes e a anular progressos entretanto alcançados.
Este é um tema relevante no âmbito do projeto “ O valor do trabalho não pago de mulheres e de homens – trabalho de cuidado e tarefas domésticas” coordenado por uma equipa de investigação do CESIS – Centro de Estudos para a Intervenção Social. O projeto tem como um dos seus principais objetivos elaborar recomendações de política pública, bem como propostas de intervenção concreta, com base numa abordagem transformadora sensível ao género e que preconiza o reconhecimento do cuidado no âmbito dos direitos humanos.