A distribuição desigual do trabalho não pago de cuidado e o acesso limitado a benefícios por maternidade, a creches e a licenças parentais aprofundam as desigualdades entre mulheres e homens.
Paralelamente, desafios globais como a pandemia de COVID-19 e as suas consequências, os conflitos violentos, as mudanças climáticas e as reações contra a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres estão a exacerbar ainda mais as disparidades de género.
O novo relatório publicado pela ONU Mulheres e pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU (UN DESA), alerta para que, no ritmo atual de progresso, o ODS 5 – Igualdade de Género – não será alcançado até 2030. Faltarão 286 anos para que as mulheres tenham igualdade de direitos.
Este é um tema relevante no âmbito do projeto ‘O valor do trabalho não pago de mulheres e de homens – trabalho de cuidado e tarefas domésticas’ coordenado por uma equipa de investigação do CESIS – Centro de Estudos para a Intervenção Social. O projeto tem como um dos seus principais objetivos elaborar recomendações de política pública, bem como propostas de intervenção concreta, com base numa abordagem transformadora sensível ao género e que preconiza o reconhecimento do cuidado no âmbito dos direitos humanos.